Expectativa do Governo é que em julho 2021 seja iniciada a construção do primeiro parque híbrido do País, em Caucaia FOTO: KID JÚNIOR
A Serra da Ibiapaba, a cerca de 230 quilômetros de Fortaleza, foi considerada uma das regiões do Ceará a apresentar maior potencial para a geração conjunta de energia eólica e solar, segundo indicaram os especialistas do setor, na manhã de ontem (16), na Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec).
"Lá (na Ibiapaba) residem as principais áreas para projetos híbridos", afirmou Jurandir Picanço, presidente da Câmara Setorial de Energias Renováveis do Ceará e consultor de Energia da Fiec, momentos antes da apresentação do documento ao setor produtivo.
Disponibilidade
Conforme explicou Picanço, o potencial solar é praticamente uniforme em todo o Estado, mas o potencial eólico se destaca na Ibiapaba, seja pela intensidade e constância dos ventos, como pela disponibilidade de áreas para construção dos empreendimentos e pela infraestrutura existente de linhas de transmissão e subestações.
Além disso, um dos diferenciais da região é o fato de o pico de geração eólica ocorrer no horário em que a energia tem mais valor, do fim da tarde e início da noite, quando há maior demanda por energia.
Investimentos
O empresário Lauro Fiúza, diretor financeiro e sócio da Servtec, que já opera parques na Serra da Ibiapaba, disse, durante a apresentação na Fiec, que o objetivo dele é continuar investindo naquela região.
"Claro que temos um grande potencial na costa do Estado, mas diante das restrições ambientais, a gente teve de abrir mão desse potencial. E nós estamos com uma forte presença na Serra da Ibiapaba e esse processo continuará nos próximos leilões, com um grande potencial no mercado livre", diz Fiúza.
"Além disso, nós estamos juntando neste Atlas as duas formas de energia mais promissoras, que é a eólica e solar", acrescentou.
Geração híbrida
A tendência atual do mercado de geração de energias renováveis, observa o empresário, é que, cada vez mais, as usinas eólicas do Estado - já consolidadas no mercado nacional e de geração já constante - passem a incluir também a fonte solar no mesmo espaço físico.
"O mundo caminha para integrar tudo em um mesmo parque, porque a área disponível nos parques eólicos é de 97%, e o Ceará tem nestas duas fontes um potencial muito grande", diz Fiúza.
Serra do Araripe
Outra região com alto potencial para geração híbrida é a Serra do Araripe, no Sul do Estado. "Lá, o potencial também é enorme, e como as energias eólica e solar são as de menor custo de produção, o Atlas mostra que há uma oportunidade muito grande para o Ceará", detalha Picanço.
De acordo com o Atlas, em apenas 7% de área territorial do Ceará, o potencial para geração híbrida seria de 137 gigawatts (GW), o suficiente para suprir quase metade da demanda energética do País.
Segundo o documento, a fonte eólica conta com um fator de capacidade média (eficiência do investimento) de 44%, superior ao do Brasil (42,5%) e ao índice da média mundial (25%).
O estímulo para a geração de energia renovável em áreas degradadas do Estado também faz parte do planejado pelo governo estadual, que acrescentou no programa Ceará Veloz condições fiscais especiais para o desenvolvimento de projetos.
Parte dos objetivos em desenvolver o setor, com a atração de mais parques eólicos e solares quanto na formação de uma cadeia produtiva de mais indústrias, foi apresentada na última sexta-feira (13), durante o almoço do governador Camilo Santana com o presidente da Fiec, Ricardo Cavalcante. A ocasião reunião os líderes locais para a promoção do atlas eólico e solar - inédito entre os estados brasileiros.
AUTOR: DN
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