Sobe para 34 o número de homicídios registrados na Grande Belém após o assassinato da cabo Maria de Fátima dos Santos, na tarde de domingo (29), em Ananindeua. Mais dois crimes com características de execução ocorrem na noite de terça-feira (1º) e na madrugada desta quarta (2).
Um policial militar e um amigo foram assassinados em Icoaraci. No bairro do Guamá, a vítima foi um sargento da Marinha. De acordo com a polícia, nos dois casos, atiradores se aproximaram dos alvos em um veículo e efetuaram os disparos em via pública, fugindo em seguida. Com a morte do PM, já são 22 policiais militares assassinados no Pará este ano.
A série de assassinatos ocorre depois da morte da cabo da PM. Maria de Fátima teve a casa invadida, no bairro do Curuçambá, e foi morta com tiros na cabeça e no peito. Um dos suspeitos foi morto pela polícia um dia após o crime. Segundo o promotor Armando Brasil, a policial já havia denunciado que vinha sofrendo ameaças de morte e mesmo assim não recebeu proteção do Comando Geral da Polícia Militar.
Após o assassinato, mortes com características de execução foram registradas na Grande Belém. Entre as mais recentes vítimas está o oficial da Marinha Brendo Alison Coelho da Costa. Ele atuava também como atleta de alto rendimento da Marinha e servia no Rio de Janeiro, onde representava a Marinha nos campeonatos de box. Estava desde o final de agosto em Belém aguardando a chamada pra voltar ao Rio.
Na noite de terça (1º), por volta de 22h, Brendo estava com seu irmão na travessa 3 de Maio, próximo à passagem Santa Lúcia, conversando em frente a uma casa. Dois homens se aproximaram em uma moto e atiraram várias vezes. Brendo morreu na hora e o irmão, Bruno Alafyr de Oliveira Pereira, 23 anos, ficou ferido e está hospitalizado no Pronto Socorro do Guamá. Segundo informações preliminares, o celular de Brendo teria sido levado do local, ainda não se sabe se pelos criminosos ou populares.
Em Icoaraci, o crime ocorreu por volta de 0h30 de quarta-feira (2), na Travessa Itaboraí, 758, bairro do Cruzeiro. Segundo a Polícia Civil, o cabo PM Jeferson Rodrigues Gaia, 45 anos, estava à paisana em um bar com o amigo Alison Miranda de Sousa, 19 anos. Dois homens em uma moto chegaram ao local e o carona da moto, que estava de capacete, desceu do veículo e caminhou até os dois atirando contra eles. Em seguida, retornou à moto e fugiua. Jeferson e Alison morreram no local. O policial militar não estava armado, segundo familiares. No bar, segundo informações no local, não há câmeras em funcionamento.
Morte de policiais
Com a morte de Jeferson, já são 22 policiais militares assassinados no Pará este ano. O número já é próximo ao registrado em 2017, quando durante o ano todo morreram 34 militares, de acordo com a Associação de Cabos e Soldados da PM. Em comparação, no Rio de Janeiro, sob intervenção federal na área de segurança, foram mortos 38 PMs em 2018.
Houve, ainda, 686 mortes violentas apenas em janeiro e fevereiro, segundo dados obtidos via Lei de Acesso à Informação pelo projeto Monitor da Violência, parceria do G1 com o Núcleo de Estudos da Violência da USP e o Fórum Brasileiro da Segurança Pública. O total coloca o estado como um dos três que mais matam no país.
Questionado, o governo do Pará não informou a quantidade de assassinatos no estado em 2018.
Armando Brasil Teixeira, promotor do Ministério Público Militar do Pará (Foto: Luiz Cláudio Fernandes/G1 PA)
'Guerra'
Para Armando Brasil Teixeira, promotor do Ministério Público Militar do Pará, as mortes são reflexo de uma disputa entre traficantes ligados ao Comando Vermelho e milícias com a participação de policiais e outros agentes de segurança - que agem tal qual como Rio de Janeiro. E não necessariamente, afirma, as vítimas têm relação com um dos lados da disputa.
Trata-se de um padrão recorrente, diz Armando Brasil: à morte de um policial militar seguem-se assassinatos de civis com indícios de execução --tiros na cabeça, por exemplo. "É muita coincidência. Há fortes indícios de haver nexo entre os casos, mas ainda falta a comprovação", diz.
Só em 2018, houve quatro séries de mortes horas depois do assassinato de policiais militares, todas na Grande Belém. Ao todo, foram sete PMs mortos, um guarda civil e um oficial da Marinha. Na sequência, 69 pessoas.
- Em 6 de janeiro, o sargento Wladimir Odylo Gilibert de Matos levou tiros nas costas e no peito quando estava em frente de casa, em Belém. No dia seguinte e no posterior, 13 pessoas foram assassinadas, algumas com características de execução;
- Em 26 de fevereiro, um policial militar foi assassinado em Santa Izabel do Pará; em Marituba, na Grande Belém, morreram um guarda civil e um sargento da PM. Em 1º de março, seis pessoas foram mortas, cinco em Belém e um em Marituba. Segundo a polícia, todos os casos tinham características de execução;
- Em 9 de abril, um policial militar foi morto em Belém e um cabo, em Ananindeua. No mesmo dia, 12 pessoas morreram em Belém e em Ananindeua, igualmente com indícios de execução.
O governo, oficialmente, não faz relação entre os casos, embora tampouco descarte que isso aconteça. Os crimes seguem sob investigação.
AUTOR: G1/PA
'Guerra'
Para Armando Brasil Teixeira, promotor do Ministério Público Militar do Pará, as mortes são reflexo de uma disputa entre traficantes ligados ao Comando Vermelho e milícias com a participação de policiais e outros agentes de segurança - que agem tal qual como Rio de Janeiro. E não necessariamente, afirma, as vítimas têm relação com um dos lados da disputa.
Trata-se de um padrão recorrente, diz Armando Brasil: à morte de um policial militar seguem-se assassinatos de civis com indícios de execução --tiros na cabeça, por exemplo. "É muita coincidência. Há fortes indícios de haver nexo entre os casos, mas ainda falta a comprovação", diz.
Só em 2018, houve quatro séries de mortes horas depois do assassinato de policiais militares, todas na Grande Belém. Ao todo, foram sete PMs mortos, um guarda civil e um oficial da Marinha. Na sequência, 69 pessoas.
- Em 6 de janeiro, o sargento Wladimir Odylo Gilibert de Matos levou tiros nas costas e no peito quando estava em frente de casa, em Belém. No dia seguinte e no posterior, 13 pessoas foram assassinadas, algumas com características de execução;
- Em 26 de fevereiro, um policial militar foi assassinado em Santa Izabel do Pará; em Marituba, na Grande Belém, morreram um guarda civil e um sargento da PM. Em 1º de março, seis pessoas foram mortas, cinco em Belém e um em Marituba. Segundo a polícia, todos os casos tinham características de execução;
- Em 9 de abril, um policial militar foi morto em Belém e um cabo, em Ananindeua. No mesmo dia, 12 pessoas morreram em Belém e em Ananindeua, igualmente com indícios de execução.
O governo, oficialmente, não faz relação entre os casos, embora tampouco descarte que isso aconteça. Os crimes seguem sob investigação.
AUTOR: G1/PA
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